A VERDADEIRA HISTÓRIA DE HACHIKO (Filme Sempre ao seu lado)

07/10/2012 10:46

 

A ultima foto de Hachiko
 
 
Aquele cão que esperou o dono morto na estação por quase 10 anos. Exemplo de lealdade que falta a muitos 
 
seres humanos. A foto foi tirada em 8 de março de 1935. Hachiko tinha 11 anos. Filme(Sempre ao seu lado).
 
A Verdadeira História de Hachiko
 
Chu-ken Hachiko (o cachorro fiel Hachiko) nasceu em Odate, na província de Akita, no Japão em novembro de 
 
1923. Em 1924, Hachiko foi enviado a casa de seu futuro proprietário, o Dr. Eisaburo Ueno, um professor do 
 
Departamento Agrícola da Universidade de Tóquio. A história dá conta de que o professor ansiava por ter um 
 
Akita há anos, e que tão logo recebeu seu almejado cãozinho, deu-lhe o de Hachi, ao que depois passou a 
 
chamá-lo carinhosamente pelo diminutivo, Hachiko. Foi uma espécie de ‘amor à primeira vista’, pois, desde 
 
então, se tornariam amigos inseparáveis!
 
O professor Ueno morava em Shibuya, subúrbio de Tóquio, perto da estação de trem. Como fazia do trem seu 
 
meio de transporte diário até o local de trabalho, já era parte integrante da rotina de Hachiko acompanhar seu 
 
dono todas as manhãs. Caminhavam juntos o inteiro percurso que ia de casa à estação de Shibuya. Hachiko 
 
parecia ter um relógio interno, e sempre às 15 horas retornava à estação para encontrar o professor, que 
 
desembarcava do trem das 16 horas, para acompanhá-lo no percurso de volta a casa.
 
Em 21 de Maio de 1925, o professor Ueno sofreu um AVC, durante uma reunião do corpo docente na faculdade 
 
e morreu. Hachiko, que na época tinha pouco menos de dois anos de idade. No horário previsto, esperava seu 
 
dono pacientemente na estação. Naquele dia a espera durou até a madrugada.
 
Na noite do velório, Hachiko, que estava no jardim, quebrou as portas de vidro da casa e fez o seu caminho 
 
para a sala onde o corpo foi colocado, e passou a noite deitado ao lado de seu mestre, recusando-se a ceder. 
 
Outro relato diz que como de costume, quando chegou a hora de colocar vários objetos particularmente 
 
amados pelo falecido no caixão com o corpo, Hachiko pulou dentro do mesmo e tentou resistir a todas as 
 
tentativas de removê-lo.
 
Depois que o professor morreu a Senhora Ueno deu Hachiko para alguns parentes do que morava em Asakusa, 
 
no leste de Tóquio. Mas ele fugiu várias vezes e voltou para a casa em Shibuya, um ano se passou e ele ainda 
 
não tinha se acostumado à nova casa. Foi dado ao ex-jardineiro da família que conhecia Hachi desde que ele era 
 
um filhote. Mas Hachiko continuava a fugir, aparecendo frequentemente em sua antiga casa. Depois de certo 
 
tempo, aparentemente Hachiko se deu conta de que o professor Ueno não morava mais ali.
 
Todos os dias à estação de Shibuya para esperar seu dono voltar do trabalho, da mesma forma como sempre 
 
fazia. Procurava a figura de seu dono entre os passageiros, saindo somente quando as dores da fome o 
 
obrigavam. E ele fez isso dia após dia, ano após ano, em meio aos apressados passageiros. Estes começaram 
 
passaram então a trazer petiscos e comida para aliviar sua vigília.
 
 
Em 1929, Hachiko contraiu um caso grave de sarna, que quase o matou. Devido aos anos passados nas ruas, 
 
ele estava magro e com feridas das brigas com outros cães. Uma de suas orelhas já não se levantava mais, e 
 
ele já estava com uma aparência miserável, não parecendo mais com a criatura orgulhosa e forte que tinha sido 
 
uma vez.
 
Um dos fiéis alunos de Ueno viu o cachorro na estação e o seguiu até a residência dos Kobayashi, onde 
 
aprendeu a história da vida de Hachiko. Coincidentemente o aluno era um pesquisador da raça Akita, e logo após 
 
seu encontro com o cão, publicou um censo de Akitas no Japão. Na época haviam apenas 30 Akitas puro-
 
sangue restantes no país, incluindo Hachiko da estação de Shibuya. O antigo aluno do Professor Ueno retornou 
 
frequentemente para visitar o cachorro e durante muitos anos publicou diversos artigos sobre a marcante 
 
lealdade de Hachiko.
 
 
Sua história foi enviada para o Asahi Shinbun, um dos principais jornais do país, que foi publicada em setembro 
 
de 1932. O escritor tinha interesse em Hachiko, e prontamente enviou fotografias e detalhes sobre ele para uma 
 
revista especializada em cães japoneses. Uma foto de Hachiko tinha também aparecido em uma enciclopédia 
 
sobre cães, publicada no exterior. No entanto, quando um grande jornal nacional assumiu a história de Hachiko, 
 
todo o povo japonês soube sobre ele e se tornou uma espécie de celebridade, uma sensação nacional. Sua 
 
devoção à memória de seu mestre impressionou o povo japonês e se tornou modelo de dedicação à memória 
 
da família. Pais e professores usavam Hachiko como exemplo para educar crianças.
 
Em 21 de Abril de 1934, uma estátua de bronze de Hachiko, esculpida pelo renomado escultor Teru Ando, foi 
 
erguida em frente ao portão de bilheteria da estação de Shibuya, com um poema gravado em um cartaz 
 
intitulado "Linhas para um cão leal". A cerimônia de inauguração foi uma grande ocasião, com a participação do 
 
neto do professor Ueno e uma multidão de pessoas.
 
Hachiko envelheceu, tornou-se muito fraco e sofria de problemas no coração (heartworms). Na madrugada de 8 
 
de março de 1935, com idade de 11 anos e 4 meses, ele deu seu último suspiro no mesmo lugar onde por anos 
 
a fio esperou pacientemente por seu dono. A duração total de seu tempo de espera foi de nove anos e dez 
 
meses. A morte de Hachiko estampou as primeiras páginas dos principais jornais japoneses, e muitas pessoas 
 
ficaram inconsoláveis com a notícia. Um dia de luto foi declarado.
 
Seus ossos foram enterrados na sepultura do professor Ueno, no Cemitério Aoyama, Minami-Aoyama, Minato-
 
ku, Tóquio. Sua pele foi empalhado - para conservar-lhe as formas e submetido à substâncias que o isentam de 
 
decomposição, e o resultado deste maravilhoso processo de conservação está agora em exibição no Museu 
 
Nacional da Ciência do Japão em Ueno. Alguns autores dizem que Hachiko, esta no Museu de Artes de Tóquio.
 
Durante a 2ª Guerra Mundial, para aplicar no desenvolvimento de material bélico, todas as estátuas foram 
 
confiscadas e derretidas, e, infelizmente, entre elas estava a de Hachiko.
 
Em 1948, formou-se a “The Society For Recreating The Hachiko Statue” entidade organizada em prol da 
 
recriação da estátua de Hachiko. Tekeshi Ando, o filho de Teru Ando foi contratado para esculpir uma nova 
 
estátua. A réplica foi reintegrada no mesmo lugar da estátua original, em uma cerimônia realizada no dia 15 de 
 
agosto.
 
 
A estação de Odate, em 1964, recebeu a estátua de um grupo de Akitas. Anos mais tarde, em 1988, também 
 
uma réplica da estátua de Hachiko foi colocada próxima a estação. A história de Hachiko atravessa anos, passa 
 
de pai para filho, sendo até mesmo ensinada nas escolas japonesas – no início do século para estimular lealdade 
 
ao governo, e atualmente, para exemplificar e instilar o respeito e a lealdade aos anciãos.
 
Na atualidade, viajantes que passam pela estação de Shibuya podem comprar presentes e recordações do seu 
 
cão favorito na Loja localizada no Memorial de Hachiko chamada "Shibuya No Shippo" ou "Tail of Shibuya". Um 
 
mosaico colorido de Akitas cobre a parede perto da estação.
 
Todos os anos, no dia 8 de março. Ocorre uma cerimônia solene na estação de trem de Shibuya, em Tóquio. 
 
São centenas de amantes de cães que se reúnem em homenagem à lealdade e devoção de Hachiko. Ao 
 
nascimento de uma criança, a família recebe uma estatueta de Akita como desejo de saúde, felicidade e vida 
 
longa. O objeto também é considerado um amuleto de boa sorte. Quando há alguém doente, amigos dão ao 
 
enfermo esta estatueta, desejando pronta recuperação.
 
Por causa desse zelo, o Akita se tornou Patrimônio Nacional do povo japonês, tendo sido proibida sua 
 
exportação. Se algum proprietário não tiver condições financeiras de manter seu cão, o governo japonês 
 
assume sua guarda.